13.6.12

Passivo da Tobis ronda os 8 milhões de euros

Cultura

O secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, disse hoje, no parlamento, em Lisboa, que o passivo da Tobis ronda os oito milhões de euros.

O governante falava perante a comissão parlamentar de Educação, Ciência e Cultura onde está a ser ouvido a pedido do Partido Comunista Português (PCP) e do Bloco de Esquerda (BE), com o apoio do Partido Socialista (PS).

Segundo o governante, a empresa, a mais antiga produtora cinematográfica portuguesa que há alguns anos se dedica apenas a pós-produção, registou "um grande decréscimo do volume de negócios nos últimos tempos".

“Estamos a ultimar um processo de negociação que passa pela venda da Tobis e os trabalhadores serão os primeiros a ser informados”, sublinhou Francisco José Viegas perante os deputados da comissão parlamentar.

Na segunda-feira, os trabalhadores da Tobis reuniram-se em plenário para decidirem o que fazer perante o atraso no pagamento dos salários de setembro, e face ao pedido de demissão do conselho de administração da entidade, o que fez com que ficassem sem interlocutor na empresa.

Os trabalhadores decidiram que “dado o longo histórico de atrasos salariais e a falta de uma resposta definitiva quanto à situação salarial no futuro, se torna mais do que legítimo pedir à Autoridade para as Condições do Trabalho uma ação inspetiva”, disse na altura à agência Lusa o delegado sindical da empresa, Tiago Silva.

“Vamos ainda confirmar se a convocatória para a assembleia geral de acionistas no dia 21 de outubro está de acordo com os estatutos da empresa, e mal a mesma eleja novos corpos sociais, iremos, em conjunto com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV), apresentar de imediato um pedido de audiência com os mesmos e com o acionista principal”, acrescentou Tiago Silva.

O conselho de administração da Tobis anunciou, no passado dia 06 de outubro, a sua demissão aos trabalhadores, sublinhando contudo que se mantém em funções até 21 de outubro, dia em que está agendada uma assembleia geral dos acionistas para eleger os novos corpos sociais.

Com 96,4 por cento de capital do Estado, a Tobis, fundada há quase 80 anos, conta atualmente com 53 trabalhadores, depois de mais de uma dezena ter abandonado a empresa em 2009 e 2010.

A regularidade do pagamento de salários aos trabalhadores tem vindo a ser assegurada pelo Governo.

Em julho de 2010, o presidente do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) anunciou que o Governo pretendia alienar o capital público da empresa e, em fevereiro deste ano, o antigo Ministério da Cultura abriu um concurso público destinado a esse fim.

Até ao momento, só uma empresa - a Filmeform, de António Cunha Telles - se propôs comprar a Tobis, mas, até ao momento, sem êxito.


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